Celular, doce lar



Você já pensou em como seria a sua vida hoje sem o seu celular e sem internet? Ou, ao menos, passando um pouco menos de tempo nesse mundo virtual? É fascinante pensar que a pouquíssimo tempo atrás as pessoas (sobre)viviam sem nenhum auxílio de internet e de celulares, mas, agora, mal conseguimos passar uma hora longe dessa maravilha tecnológica, a ponto de se tornar um elemento onipresente em nossas vidas.

Celular, Doce Lar - Saraiva

É evidente o quanto esses aparelhos viraram elementos essenciais em nossas vidas, a ponto de sofrermos se os esquecemos em um dia de trabalho, se precisamos enviá-los para assistência técnica ou se sua bateria acabar. Hoje, vemos o horário, calculamos, colocamos alarme, criamos notas, gravamos áudios, escutamos músicas, gravamos vídeos, conferimos o calendário, tiramos fotos... tudo a partir de um único aparelho. Esse produto que há um século atrás poderia ser considerado mágico e improvável, hoje é quase o nosso melhor amigo, está lá para o que for preciso. Mas claro que tudo vem com um preço. Nossos dados e informações são utilizados, quase nossa vida toda está registrada lá e pode ser invadido por elementos mal-intencionados, somos alvos de várias estratégias de vendas, prejuízo à saúde física (o uso excessivo e descuidado desse aparelho pode causar miopia, degeneração macular, afetar o sono, causar problemas na coluna, etc.), entre tantos outros fatores.

Questionar-se sobre o modo como isso aconteceu, como ocorreu tão rápido e as consequências de passar tanto tempo utilizando esse equipamento é essencial, visto que estamos constantemente expostos a esse mundo virtual que nos atrai tanto. E é esse o objetivo de "Celular, doce lar": como aproveitar os benefícios do celular e da internet sem ser controlado por estes?

Não sai do celular? Livro te dá dicas: Celular, Doce Lar, de ...

Considerando que vivemos em uma era digital, o ser humano percebe nela uma possibilidade de satisfazer suas necessidades de ser visto e ouvido. Através das redes sociais, a pessoa consegue compartilhar suas fotos, experiências, pensamentos e opiniões a muitas pessoas de qualquer lugar do globo; ao mesmo tempo, consegue se comunicar e conhecer opiniões e experiências de qualquer pessoa, seja do vizinho da esquina ou de um trabalhador a 5000km de distância.

   A pessoa compreende o mundo e a si mesma através das suas experiências e história de vida, criando representações e sentimentos sobre si mesmo e o mundo, sendo que a necessidade de se expressar e de ser ouvido combinado com a facilidade de realização e de alcance proporcionado pelas redes sociais e pela internet ajudam a tornar o celular tão atraente. Também, tantas outras opções oferecidas pelos celulares, como os jogos e as músicas, atendem aos circuitos de prazer cerebral, causando no cérebro um efeito de “quero mais”. Assim, não é à toa que esse aparelho conseguiu tomar conta das nossas vidas.

A autora Rosana Hermann - escritora, roteirista e apresentadora brasileira – se utiliza de humor, de dados de pesquisas, da psicologia comportamental e da neurociência para nos auxiliar a compreender as proporções gigantescas que essa complexa relação entre humano e celular/internet (a ponto do celular virar extensão das mãos e do cérebro, por exemplo) tem tomado nos dias atuais. O livro nos propõe não apenas uma reflexão e conscientização, mas também mudanças nos nossos hábitos para proporcionar um maior bem-estar em nossas vidas.

Livro alerta, com humor, para o perigo do uso excessivo do celular ...

Não se preocupe, ninguém está sugerindo que você jogue seu celular fora e volte para o mundo ultrapassado em que qualquer pesquisa tinha que ser feita em livros e bibliotecas em vez da famosa Google. A ideia é aproveitar os benefícios e as funcionalidades tão úteis e conhecidas que essa tecnologia proporciona, mas sem ser controlado por ela.

Afinal, hoje, sabemos muito bem o quanto empresas se utilizam de conhecimentos de marketing, psicologia, publicidade e de várias estratégias aliado aos dados que os usuários fornecem às redes sociais – como os dados que espontaneamente colocamos em nosso perfil no Facebook - para conseguir, por exemplo, manter o usuário  o máximo de tempo no Facebook e, portanto, exposto a mais anúncios, maximizando a chance de venda de serviços e/ou produtos. Por mais que um aplicativo ou site se diga gratuito, esse nunca é o caso; afinal, pagar diretamente em dinheiro pelo uso da ferramenta não é a única forma de pagamento.

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Então, convém questionar: o quanto estamos utilizando o celular – aplicativos, jogos, redes sociais, sites – por vontade própria e o quanto isso se deve a estratégias maiores de empresas e terceiros interessados em nos manter o máximo possível na vida online? Portanto, a questão não é se afastar do celular e da internet, mas tornar o seu uso uma escolha consciente e somente nossa o máximo possível.

É comum navegarmos no Facebook passando por imagens, textos e vídeos, parar e, logo, voltar para essa atividade novamente. Ou, então, receber uma notificação do Instagram ou de outro aplicativo e, logo, já acessar a rede para conferir a notificação. Tomando consciência do quanto somos influenciados no uso desse aparelho, podemos iniciar um processo para buscar evitar/combater o vício e a dependência desses aparelhos, de forma a nos beneficiar de seu uso, mas minimizando os prejuízos.

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Um bom modo de iniciar um uso mais consciente é buscando conferir a quantidade de horas que passamos utilizando cada aplicativo, por exemplo. Dependendo do celular utilizado, é possível conferir nas configurações do próprio celular; se não, basta baixar um aplicativo para isso. Assim, podemos conferir o que está nos mantendo mais tempo no celular e ir projetando quais mudanças podemos realizar que irão melhorar nossas vidas. Para quem está acostumado a usar o celular a qualquer momento e por longos períodos, pode parecer uma tarefa difícil, mas podemos ir melhorando a nossa utilização desse aparelho em pequenas etapas, começando por diminuir poucos minutos por dia, por exemplo, para facilitar o processo.

Enfim, precisamos lembrar que há um mundo lá fora: com pessoas e coisas que amamos na vida offline e com experiências maravilhosas que são improváveis de se ter na mesma intensidade na frente de uma tela. Nosso tempo é limitado, se passarmos tanto tempo no mundo virtual, podemos estar perdendo experiências na vida real e, um dia, nos arrepender de não ter tido esses momentos. Portanto, parece razoável que separemos um tempo e realizemos uma reflexão para que o mundo online não subjugue o mundo offline em nossas vidas, afinal, ambos têm contribuições muito importantes e precisamos saber equilibrá-los com sabedoria.



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