"Dr. Dolittle"


O personagem Dr. Dolittle foi criado por Hugh Lofting no ano de 1920, tendo uma série de quatorze livros publicados até 1952 e já foi centro de várias adaptações para o cinema, como as adaptações com Rex Harrison em 1967 e com Eddie Murphy, em 1998. O veterinário da Era Vitoriana com a habilidade de falar com animais interpretado por Robert Downey Jr é adaptado do segundo livro publicado por Lofting, “The Voyages of Doctor Dolittle”, oferecendo uma história com elementos de aventura épica, busca de elementos valiosos e uma mudança na vida dos personagens.

Então, o filme Dolittle trata da relação do Dr. Dolittle com vários animais, como cachorro, tigre e macaco, com os quais ele consegue se comunicar. Entretanto, após ele perder a pessoa que amava, acaba se afastando das pessoas e do mundo, de forma a conviver e se relacionar apenas com os animais. A percepção que o Dr. Dolittle teve da perda da pessoa amada causou efeitos muito intensos e dolorosos na vida dele, afetando sua qualidade de vida. Assim, com o intuito de evitar essa dor, ele suprimiu a realidade, não registrando percepções externas e afastando certos elementos psíquicos e a relação com os outros seres humanos. Isso empobreceu seu repertório e o impossibilitou de ter novas experiências e aprendizados, reforçando ainda mais o isolamento.








Mas tudo muda quando a rainha Victoria (Jessie Buckley) adoece e o excêntrico veterinário é convocado para auxiliá-la a se recuperar. Assim, Dolittle e seus companheiros animais, com o auxílio de um menino que queria ser seu aprendiz (Harry Collett), iniciam uma viagem para uma ilha com a missão de encontrar a cura para a rainha.

Claro, como toda grande aventura, haverá muitos perigos pela frente. Dolittle e seu grupo terão que enfrentar o homem que tem interesse na morte da rainha (Michael Sheen); o comandante da ilha, Rassouli (Antonio Banderas); um dragão que protege a árvore, entre tantos outros desafios.

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            Para compreender Dolittle e a forma como ele se comporta antes, durante e depois da jornada, podemos pensar na perspectiva da Psicologia Sócio-Histórica, a qual entende que o ser humano tem como condição humana ser ativo, social e histórico. Isso significa que o homem vai moldando e construindo a sua existência  agindo sobre a realidade para satisfazer as suas necessidades, as quais podem ser sociais e desenvolvidas historicamente em sociedade. Ou seja, as necessidades básicas do homem são biológicas, mas também, ao surgirem, são imediatamente socializadas.

O fato de Dolittle ter tentado se afastar de tudo e de todos, menos dos animais, foi a forma que ele encontrou para enfrentar a dor intensa que ele sentiu por perder o seu amor. Mas isso evidentemente não funcionou, ele estava atirado, fugindo da visão de humanos que chegassem perto da casa, mal cuidado, parecia que tinha perdido a vontade de viver e de fazer algo de sua vida. 

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Entretanto, conforme os acontecimentos vão se desenrolando, é possível perceber que Dolittle vai tendo novos aprendizados e se tornando mais aberto às possibilidades e aos elementos que ele evitou por muito tempo. Pode-se compreender que a mudança individual tem como base as condições sociais de vida. Assim, conforme Dolittle é exposto e incentivado a ter novas relações, como a parceria com o novo aprendiz, vai reaprendendo as habilidades sociais, satisfazendo suas necessidades básicas e encontrando novas formas de lidar com a vida apesar da perda.







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